Apresentação

Como cheguei aqui

Sempre gostei de indicar filmes e compartilhar informações, sensações e opinião pessoal sobre eles. A atividade cinematográfica é uma das minhas paixões. Optei aqui por indicar 3 filmes por mês, manifestando a minha opinião como um simples espectador, compartilhando algumas informações sobre os filmes selecionados. Espero que o resultado seja agradável para quem visitar.

Enquanto for interessante, estarei por aqui...


Cinema Paradiso (Itália/França, 1988)

quarta-feira, 15 de maio de 2013

As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne

Eu indico
The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn (EUA, 2011)

O ávido e insaciável jovem repórter Tintim (Jamie Bell) e seu leal cachorro Milu descobrem que o modelo de um antigo navio contém um segredo explosivo. Atraído pelo mistério centenário, Tintim se vê na mira de Ivan Ivanovitch Sakharin (Daniel Craig). Com a ajuda do mordaz e resmungão Capitão Haddock (Andy Serkis) e dos atrapalhados detetives Dupond e Dupont (Simon Pegg e Nick Frost), Tintim percorrerá meio mundo, atrás da localização exata onde teria afundado O Licorne, um galeão naufragado que pode conter a chave de uma imensa fortuna e de uma antiga maldição.

Spielberg, Peter Jackson e Tintim:
As Aventuras de Tintim é uma série de histórias em quadrinhos criada em 1929 pelo autor belga Georges Prosper Remi (Hergé). Spielberg é um fã da série desde seu surgimento no jornal Le Vingtième Siècle, destinado ao público infantil. O personagem Tintim é um jovem repórter belga e aventureiro viajante. Ele é auxiliado em suas aventuras por seu fiel cão Milu e pelo Capitão Haddock, entre outros personagens. A adaptação para o cinema usou a tecnologia 3D digital de captura de movimentos. Jamie Bell, conhecido pela excelente atuação como um garoto que se descobre um talentoso bailarino, no filme Billy Elliot (Reino Unido / França, 2000), vive o protagonista.
Os filmes de Tintim são um projeto conjunto de Spielberg e Jackson. A direção de Spielberg para um filme de animação faz toda a diferença, e os fãs devem ficar mais contentes ainda em saber que Peter Jackson deve dirigir a sequência (com produção de Spielberg). Contando com a supervisão do diretor de fotografia Janusz Kaminski, a animação é cheia de situações bem elaboradas de ação, que contém perseguições, brigas e até luta entre piratas. A sequência de perseguição em Bagghar é inesquecível, envolvendo explosões, inundação, animais, tanque, enquanto heróis e vilões disputam os pergaminhos. Muito bem bolada e divertida. Destaque também para os efeitos nas mudanças de cena (por exemplo, quando estão no deserto e a cena muda para o navio pirata no passado, a água do mar com o navio “invadem” a areia do deserto).
Para manter o dinamismo, o filme também conta com uma boa história, estilo caça ao tesouro, fazendo com que os personagens passem por vários lugares. Algumas cenas mostram o passado do avô de Haddock como um grande pirata, para explicar o contexto do Licorne. Cada personagem possui suas características que enriquem a história: Tintim gosta de se arriscar e possui grande capacidade de interpretar as pistas; Haddock tem uma forte ligação com a bebida – o que é usado de forma divertida em algumas cenas de ação - e mostra ser um homem mais velho e cansado, mas na hora que precisa é leal e experiente; os detetives Dupond e Dupont são atrapalhados e quase idênticos; o vilão Sakharine é ameaçador e tem habilidades com a espada; e o cão Milu é fiel, inteligente e tira os protagonistas das maiores enrascadas.
Apesar de ter ganho o Globo de Ouro 2012 como melhor filme de animação, no Oscar só recebeu a indicação pela trilha sonora. Para o Oscar, não é considerada uma animação os filmes que usam a técnica com ator de verdade para captura e posterior substituição por animação.

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Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/As_Aventuras_de_Tintim:_O_Segredo_do_Licorne
http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=2787

sexta-feira, 10 de maio de 2013

2 Coelhos

Eu indico
2 Coelhos (Brasil, 2012)

Edgar (Fernando Alves Pinto) encontra-se na mesma situação que a maioria dos brasileiros: espremido entre a criminalidade, que age impunemente, e a maioria do poder público, que só age com o auxilio da corrupção. Cansado de ser vítima desta situação, ele resolve fazer justiça com as próprias mãos e elabora um plano que colocará os criminosos em rota de colisão com políticos gananciosos. Na medida que o plano de Edgar é executado, descobrimos pouco a pouco suas reais intenções e sua história, marcada por um terrível acidente e um amor que ele jamais esqueceu. Dois Coelhos é um enigmático suspense de ação onde cada minuto vale mais que todo o passado. Dirigido e escrito por Afonso Poyart.

“A gente precisa se afastar um pouco do papel, para entender o desenho todo”
Levando quatro anos para estrear nos cinemas nacionais, este é um dos melhores filmes que tive oportunidade de ver no ano passado. Soube inovar o cinema brasileiro, com ação interessante, animações, efeitos visuais e sonoros e trilha sonora bacana, aproveitando bem o que a tecnologia oferece nos dias de hoje. Além de ficar no mesmo patamar que ótimos filmes americanos de mesmo gênero, tem a sua especificidade e mérito, na medida em que apresenta também um roteiro bem elaborado e surpreendente, criticando claramente a corrupção brasileira e a zona de conforto onde parte da sociedade se mantém. Apresenta a técnica de narrativa não-linear e um final entrelaçado com toda a linha da trama; aquele tipo de filme cuja última cena deixa o espectador perplexo. Destaco até a escolha certa do momento no qual o personagem narra “A gente precisa se afastar um pouco do papel, para entender o desenho todo”.
São muitas cenas com efeitos especiais, usando animação e desenho, dando um charme especial para o filme. A representação visual da personagem Julia (Alessandra Negrini), quando tem uma crise de síndrome de pânico, exemplifica bem essa característica.
Este é um destaque no meio de tantas produções nacionais que apresentam entretenimento descartável, boa parte inspirados em outras produções americanas também sem graça. Já existe um projeto para a refilmagem, por parte da produtora americana Tango Pictures.

Lista de filmes nacionais:
Neste espaço me arrisco a indicar alguns filmes nacionais:
- O Pagador de Promessas (1962)
- Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964): dirigido por Glauber Rocha
- Terra em Transe (1967): também por Glauber Rocha
- Tolerância (2000): uma trama bem elaborada com uma boa pitada sexual. Neste blog:
http://eueatelona.blogspot.com.br/2014/04/tolerancia-brasil-2000.html
- Eu Tu Eles (2000)
- Bicho de Sete Cabeças (2001)
- Cinema, Aspirinas e Urubus (2005)
- O Homem que Engarrafava Nuvens (2009) (de Lírio Ferreira) (Documentário sobre Humberto Teixeira)
- Riscado (2010)
- O Palhaço (2011): com Selton Mello reconhecido por sua atuação e direção
- O Som ao Redor (2012): recentemente nos cinemas, excelente e bastante premiado. Neste blog:
http://eueatelona.blogspot.com.br/2013/07/o-som-ao-redor.html
- A Coleção Invisível (2012): venceu o prêmio de júri popular no Festival de Gramado. Neste blog:
http://eueatelona.blogspot.com.br/2013/09/a-colecao-invisivel.html
- Serra Pelada (2012)
- Jorge Mautner - O Filho do Holocausto (2012)
- Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2013)
- O Lobo Atrás da Porta (2013)
- Isolados (de Tomas Portella) (2013): filme de suspense nacional de qualidade. Neste blog:
http://eueatelona.blogspot.com.br/2014/12/isolados-brasil-2014.html
- Depois da Chuva (2013): de Cláudio Marques e Marília Hughes
- Praia do futuro (2014)
- Que Horas Ela Volta? (2015)

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Fontes: 

http://pt.wikipedia.org/wiki/2_Coelhos
http://omelete.uol.com.br/2-coelhos/cinema/2-coelhos-critica/

segunda-feira, 6 de maio de 2013

César Deve Morrer

Eu indico
Cesare Deve Morire (Itália, 2012)

Na prisão de segurança máxima de Rebibbia, Roma, um grupo de prisioneiros encena a peça "Júlio César", de William Shakespeare. Pelos corredores, fala-se de morte, liberdade, vingança. Realidades presentes no texto shakespeariano, mas também nas suas próprias histórias. Dirigido pelos irmãos Paolo e Vittorio Taviani, o filme venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim 2012.

Documentário e drama:
De forma inusitada, os diretores e irmãos Taviani fazem um filme usando como elenco detentos da prisão de segurança máxima Rebibbia, em Roma. Os detentos interpretam detentos, com base em fatos reais, se tornando assim atores, admiradores e contribuintes da sétima arte. E não só esta, mas também a arte do teatro (a 5ª arte), já que na trama, uma parcela dos prisioneiros é selecionada para ensaiar e representar a peça de Shakespeare. Dessa forma, há uma mistura que neste funciona de forma impressionante: drama e documentário.
O filme inicia com uma cena em cores, ao apresentar a peça, e logo depois volta ao passado para mostrar todo o processo pelo qual os detentos passaram (é aí que sabemos que são prisioneiros), a fim de realizar a peça. Aí temos o uso do preto e branco para destacar que estamos no passado.
Na maior parte do tempo o filme mostra os ensaios da peça, algumas vezes as cenas começam e não sabemos se os personagens estão ensaiando ou se estão fazendo outra coisa, na sua rotina bem determinada de prisioneiros; logo, pelo menos na maior parte das vezes, percebemos que estão ensaiando. É no mínimo emocionante perceber a empolgação e dedicação dos detentos ao papel de cada um, para a peça. E também é importante ver que em alguns momentos a realidade vem à tona para alguns deles, como quando um está desconcentrado e entristecido, pois acabou de receber uma visita que mexeu com ele. Também temos uma cena onde no meio do ensaio dois prisioneiros levam uma questão para o lado pessoal, gerando quase uma briga feia. Um terceiro e último exemplo, ocorre quando um deles consegue se identificar com uma passagem da peça, associando um fato que ocorreu com o mesmo antes de ser preso. Vão se confundindo a prisão em Roma com a Roma antiga, a fronteira entre vida e arte, realidade e encenação, usando o próprio ambiente da prisão como cenário principal, exposto assim essa relação de forma inteligente.
Todo o cenário natural da prisão é usado como espaço para ensaio, cada corredor, porta, cama, janela, muros, grades. A imaginação floresce, neste lugar de redenção, de pagamento pelos pecados de cada um. E, em certo ponto, temos uma discussão sobre dignidade e solidariedade, e principalmente sobre uma nova chance, já que estamos falando de pessoas com crimes como assassinato ou tráfico, mas que no final das contas, em contato com a arte, nos parecem mais humanos.

"Desde que conheci a arte, esta cela virou uma prisão"

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Fontes:

http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2013/02/estreia-cesar-deve-morrer-e-cronica-shakespeariana-feita-por-dupla-italiana.html
http://omelete.uol.com.br/cinema/cesar-deve-morrer-critica/